8)

8)

domingo, 1 de maio de 2011

A propósito de Pernambuco

Sim. Esse blog é a respeito de Porto Alegre. Mas como eu sou portoalegrense e vou falar da minha perspectiva sobre Pernambuco, vale. (Além do mais, quem define as regras sou eu, então vou acabar escrevendo sobre o que eu quiser mesmo)
Há uma dose imensa de preconceito em tudo que se fala sobre nordestinos no Brasil. Os Pernambucanos são excelentes anfitriões: educados, pontuais, trabalhadores, gentis e muito honestos.

Logo percebi o quanto vivemos num mundo louco: agarrados em nossas bolsas, sacolas, óculos e celulares como se fossem o último tesouro do mundo.

Dizem que os pernambucanos são os gaúchos do nordeste, concordo, contudo, nós já perdemos muito de nossas raízes. Acho que é o legado do nosso "maravilhoso" desenvolvimento econômico.

Na primeira praia em que nos instalamos, ficamos naquele dilema: vamos para o mar juntos e deixamos nossos pertences ou revezamos na vigilância? Uns vizinhos paulistas nos disseram que ao perguntar ao garçom se havia problema em deixar as sacolas sozinhas, ele respondeu: Isso não é o Guarujá. E realmente não era. Ao ver milhares de sacolas de praia abandonadas em todos os acampamentos da praia enquanto seus donos haviam atravessado a praia até os recifes, fiquei tranquila: não vão escolher a minha. Entretanto, nenhuma sacola foi surrupiada.

Na primeira saída às compras, esqueci, no carro que nos levava, uma sobrinha de Olinda. No instante que dei falta dela, assim que chegamos no quarto, o telefone tocou e era o rapaz avisando que estava deixando a dita sombrinha na recepção do hotel.

Ainda assim, é difícil deixar alguns hábitos arraigados e seguimos o passeio desconfiados. Usando sempre aquilo que aprendemos aqui: levar o mínimo necessário, guardar pertences mais valiosos no cofre (abrir o nosso cofre seria uma piada) e nunca tirar a atenção da bolsa.

Isso devia ofender aos Pernambucanos, mas eles entendem que viemos de "outro mundo". Como eu gostaria que nosso desenvolvimento não causasse esse terrível efeito colateral, que houvesse mais distribuição de renda, para que pudéssemos ter um pouco de sossego em nossa casa e em nossa terra.

Um comentário:

Unknown disse...

Idem...aqui no Uruguai as coisas são diferentes também...dizem que ha uns 5 anos atraz as pessoas deixavam as casas abertas e caminhavam a noite na rua sem nenhum problema, mas agora com a chegada do crack tudo esta mais complicado e a população está aprendendo a se "cuidar" mais. Hoje aconteceu uma coisa insólita aqui...estavamos (eu e as meninas) em nosso quarto sentadas ao redor da mesa, e quando olhamos pela janela um cidadão saindo de dentro do container de lixo!!! e depois voltava ali e pega droga e vendia...e vinha um outro e enfiava a cabeça pra dentro do container de lixo pra fumar crack. E nós, olhando, chocadas, tudo isso acontecendo a menos de 2 metros de nós...