8)

8)

domingo, 17 de abril de 2011

A propósito da Perfeição

Todas as pessoas idealizam os momentos importantes de sua vida: quinze anos, formatura e, principalmente, o casamento. Eu não sou muito diferente. Em todos esses anos de namoro, muitas vezes pensei em como seria meu casamento. Dentro do financeiramente possível, contratei as coisas que gostaria; mas muitas foram excluídas por não servirem no orçamento.
Contudo, eu tenho a família perfeita - não, não é a de comercial de margarina-, mas é bem melhor que essa porque é real.

A tia Zita me deu de presente o Dia da Noiva num salão muito legal - o Visualitté - na D Pedro 1619. Então meu dia já começou muito especial, o pessoal da estética foi maravilhoso e a Tia Zi, imbatível, me acompanhou mesmo depois de seu acidente com tala no pé e tudo. Massagem, drenagem, banho de espuma, além do tradicional pé, mão, cabelo e maquiagem tudo numa salinha exclusiva com direito a lanchinho e tudo. Me preparei com antecedência pois sempre sai atrasada dos salões de beleza. Não era necessário, o pessoal foi pontualíssimo às 19 horas eu estava pronta. Eu e a tia Zi ficamos batendo papo na sala de espera do salão.

Antes foram me entregar o Bouquet para as fotos no salão - eu tinha encomendado umas rosas, por economia, pois minhas flores favoritas são as tulipas, que eram bem mais caras - quase não recebi o lindo bouquet de tulipas lilases, pensando que não eram minhas, mas quando a entregadora insistiu entendi tudo - só minha mãe pensaria numa coisa dessas. Minha mãe simplesmente não existe e isso é um dos grandes motivos por que minha família é perfeita.

O Diego, namorado da Carlinha, chegou uns 5 minutos antes do que tínhamos combinado, apesar de ter se perdido (afinal, eu passei errado o número do salão) - foi ótimo - pois não fiquei nem um pouco ansiosa com nenhum atraso. Passamos num posto, compramos pastilhas, largamos a tia Zi e fomos nos esconder no estacionamento superior de onde víamos o salão - dava para ver o quanto estava lindo. A Marta, da Novittá Eventos, fez um trabalho lindíssimo, sofisticado e sutil.

Fiquei espiando a entrada dos convidados e acompanhando sua movimentação quando vi dois violinistas - ???? - sério - desde muito pequena sempre gostei de violinos e disse que contrataria um violinista para tocar durante minha entrada em meu casamento, mas também era bastante caro, por isso nem cogitei contratá-los; mas minha mãe sim e eles estavam lá.

O Josué ficou fazendo a função de contato com o salão para eu saber quando podia entrar e tive de esperar, pois a falta de luz na casa da mãe, atrasou duas das minhas madrinhas.

A cerimônia foi rápida e simples, mas bonita - uma juíza veio fazer nosso casamento. Na saída, mais surpresas, minha prima, Carla, cantou para nós e foi lindo, muitos convidados elogiaram. Aliás faz duas semanas que ela é minha aia, me acompanha em tudo e me ajuda. Arrumou inúmeras vezes a cauda do vestido, trouxe maquiagem para o retoque e até na hora do xixi tava lá firme e forte.

Depois foi o noivo quem me surpreendeu com sua tranquilidade, lágrimas, alegria e um belo discurso de agradecimento aos convidados. Perfeito.

Na pista, a última surpresa. Quando eu era bem pequena, ia a casa do meu tio Bolson (que, na época, ainda não era meu tio, mas um dos melhores amigos de meu pai - aliás a maior herança que meu pai deixou foram seus amigos, Bolson, Tio Giba, Dalvan, Elio e outros; e, dessa forma, ele também estava presente lá) e via um vinil, daqueles pequenos com 4 faixas, com o desenho de um canguru - fato que já comentei nesse blog -, eu sempre queria ouvir e dançar. Mas a música saiu de moda e nunca a encontramos para baixar, mas minha tia Tata e meu tio Bolson, digitalizaram a tal canção e levaram para tocar - foi muito legal.

Amei tudo.

Família perfeita, num dia rigorosamente perfeito.

Muito obrigada a todos, de todo meu coração.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A propósito da falta de uma irmã

Não sei o que fazem as mulheres sem irmãs. Eu sempre tive irmãs, mesmo antes da Rafa nascer. Tá registradinho no meu livro da 1ª série (eu tinha 6 anos, a Lela nasceu quando eu tinha 8): Irmãs: Jacque e Nine - óbvio: a quem mais eu poderia morder, estapear e brincar de novo no dia seguinte, a quem mais eu poderia querer matar num dia, passar uma semana - no máximo - sem falar e daí voltar tudo ao normal? - Elas eram mesmo minhas irmãs e nunca deixaram de ser - hoje somos irmãs adultas, mas, de vez em quando, rola um bate-boca.
Depois a Rafa nasceu. Primeiro ela era meu brinquedo, uma boneca real, não era minha companheira de aventuras - então a Ica também virou mana - de final de semana e férias, mas daquelas de matar - de ódio e de amor.
Aí a Rafa cresceu e passou a ser minha amigona, maior consolo nas horas tristes - quando ela sempre faz a gente rir - e nas felizes - quando ela quase me sufoca de rir (na verdade atacar minha asma com gargalhadas é uma estratégia dela para me matar.
Entretanto, escrevi tudo isso só para dizer que a Rafa, nessa função de arrumar coisas para o meu casamento,tá me fazendo muita falta - ela hoje é minha super indispensável irmã. Apesar da Carla estar ótima de irmã substituta, a Rafinha tá me deixando morta de saudade.

domingo, 10 de abril de 2011

Diz o ditado que o mundo é redondo.

Ele é. Para o bem e para o mal.

Cada atitude tem conseqüências diretas e indiretas. Aquelas sente-se imediatamente, essas demoram a vir, mas são bem piores, pois agem cumulativamente.

Por isso, antes de tomar uma decisão pese friamente tudo que ela vai causar, se vai imputar sofrimento em alguém, principalmente em pessoas às quais você ama, verifique se o bem causado a ti é maior que o mal causado ao outro.
Pense mais do que aja e, principalmente, pense sempre sobre o que faz – leve a vida a sério, pois o que fazes “brincando” volta “a sério”.

Por fim, é importante lembrar que o sofrimento que causamos hoje, sofremos amanhã, mesmo sem vingança. Se não vem logo, pior ainda, fica estocado para vir todo junto. E quando vier não adianta reclamar e sentir-se injustiçado.

Diz o ditado: pode-se escolher o que se vai plantar, mas só se colhe o que plantou.

domingo, 3 de abril de 2011

A propósito da vida



Esse post é sobre a vida, mas eu vou falar de mortos, mais especificamente de uma morta. Minha bisavó a quem eu amava muito e, apesar de já fazerem 15 anos que ela faleceu, tenho sentido saudade.
Em função da organização do casamento convidamos alguns velhinhos para o evento e eles nos responderam que talvez não tivessem condições físicas para ir. É certo que ser velho deve ser difícil, participar de um casamento, depois de tantos, não ser mais tão divertido e etc; mas me parece que pessoas que vivem assim estão só esperando. São como aqueles dois velhinhos de "Enquanto a noite não chega" de Josué Guimarães. É triste.

Por isso lembrei da Vó veia, ela era o contrário disso. Ela não esperou a morte por mais de um dia, viveu até os 96 anos. Viveu em sua própria casa, fazendo sua própria comida e se organizando até o fim. Uma guerreira. Que adorava uma festa!! Era só chamar que não faltava roupa (sempre me lembro dela de chambre e de touca de lã) nem vontade. E ela dançava. Há fotos dela dançando uma valsa em seus 95 anos!

Eu quero ser assim. Viver até o último minuto que for dado com a glória de cada momento bom ou ruim. Quero participar, ver, estar, interagir, ver netos, bisnetos e tataranetos casarem, se formarem e tudo mais. Não entendo como uns não percebem a dádiva da vida e como está passando.