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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sobre a falácia do Pluralismo

A moda agora é ser plural, mas cada vez mais se criam radicais.

Os homossexuais desconfiam que todo hetero está no armário.

O legal é respeitar as diferenças desde que todos pensem igual. Temos de respeitar o amor livre, mas não respeitamos o outro - que se tornou mero objeto - afinal a "fila tem de andar" e esse é só mais um ser descartável que passou. A máxima de Exupéry "és responsável pelo que cativas" é demodê. Demais! Tempos líquidos, como diria Bauman.

Esses dias, por puro esquecimento (afinal já tinha desistido disso antes), entrei em uma pseudo- polêmica no facebook. Digo "pseudo" pois todos já sabem que todos estão de acordo e ficam ecoando ali seus próprios pensamentos. Asnum asinus fricat. Cada vez mais acho que os latinos tinham razão. Estupidez minha achar que poderia haver algum diálogo ali. Pronunciei minha humilde opinião, diferente da posta e fui fulminada por uma série de respostas reativas e redundantes. Tudo bem, até me chamarem de ignorante. Para mim, fim de linha: a criatura nem sabe quem eu sou, nem com base em que formei aquela opinião e me chama de ignorante por discordar dele! Viva a pluralidade!! E mais ainda a HIPOCRISIA desse pluralismo radical.

Tenho convicções fortes. Respeito pessoas assim: que querem e sabem defender seu ponto de vista. Mas acima disso, respeito a opinião dos outros e sei que ela também tem motivações que a sustentam. Ninguém é ignorante por discordar - contudo se ignoram muitas coisas por não saber ouvir.

Nesse mundo em que as pessoas explodem as divergências com bombas, poderíamos respeitá-las um pouco mais - principalmente aqueles que se dizem minoria.

Outra coisa esdrúxula é esse feminismo igual ao machismo. Substituir uma coisa pela outra não vai ajudar. A propaganda da Bombril é um exemplo disso. Um humor feminista estúpido. E burro, pois ainda coloca a mulher como a "limpadora" do lar.

Sinceramente, não sei onde vamos parar. Pode ser clichê, todavia é cada vez mais real.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Sobre "As Melhores coisas do mundo"

Ontem, quando vi esse filme, percebi o quanto ainda sou adolescente. Pode soar profundamente ridículo, ainda mais levando em conta que ano que vem chego aos 30.
Mas sou. E daí?

Ainda acredito em grandes amores (talvez por isso tenha casado com meu primeiro namorado sério). E, principalmente, o que cada vez mais me parece a ingenuidade das ingenuidades, eu acredito na felicidade.
Não! Eu não acredito nos finais felizes dos filmes, mas sei que podemos ser felizes e isso é uma decisão. Não é uma condição - independe das circunstâncias.

Fora eu ser uma velha retardada, o filme é muito bonito, mas preocupa.

Será que nossas escolas estão assim tão semelhantes àquelas americanas que vemos nos filmes: cheias de estupidez, burrice e intolerância? Por quê? Até onde alcanço nossa antropologia não embasa esse tipo de comportamento. Estamos copiando-os juntamente no eles tem de pior, ou pior, estamos copiando-os em tudo. E agora que o sistema deles mostra claros sinais de enfraquecimento? Por quê?

A escola deles é seu maior ponto fraco. É uma escolarização imbecilizante que discrimina os alunos desde suas primeiras letras. Ela, por sua estrutura, incentiva o tipo de comportamento segregacionista que vemos no filme. No meu tempo de escola, não éramos assim. Melhor para nós; mas que escola espera nossos filhos? Se é que teremos coragem de tê-los.

Tá bem. Sou professora. A escola é uma das minhas preocupações fundamentais, mas não deveria ser a de todos que mandam seus filhos para lá? O filme mostra bastante da estrutura escolar e do mundo adolescente.

Achei bastante poético e acho que vale a pena.

domingo, 1 de maio de 2011

A propósito de Pernambuco

Sim. Esse blog é a respeito de Porto Alegre. Mas como eu sou portoalegrense e vou falar da minha perspectiva sobre Pernambuco, vale. (Além do mais, quem define as regras sou eu, então vou acabar escrevendo sobre o que eu quiser mesmo)
Há uma dose imensa de preconceito em tudo que se fala sobre nordestinos no Brasil. Os Pernambucanos são excelentes anfitriões: educados, pontuais, trabalhadores, gentis e muito honestos.

Logo percebi o quanto vivemos num mundo louco: agarrados em nossas bolsas, sacolas, óculos e celulares como se fossem o último tesouro do mundo.

Dizem que os pernambucanos são os gaúchos do nordeste, concordo, contudo, nós já perdemos muito de nossas raízes. Acho que é o legado do nosso "maravilhoso" desenvolvimento econômico.

Na primeira praia em que nos instalamos, ficamos naquele dilema: vamos para o mar juntos e deixamos nossos pertences ou revezamos na vigilância? Uns vizinhos paulistas nos disseram que ao perguntar ao garçom se havia problema em deixar as sacolas sozinhas, ele respondeu: Isso não é o Guarujá. E realmente não era. Ao ver milhares de sacolas de praia abandonadas em todos os acampamentos da praia enquanto seus donos haviam atravessado a praia até os recifes, fiquei tranquila: não vão escolher a minha. Entretanto, nenhuma sacola foi surrupiada.

Na primeira saída às compras, esqueci, no carro que nos levava, uma sobrinha de Olinda. No instante que dei falta dela, assim que chegamos no quarto, o telefone tocou e era o rapaz avisando que estava deixando a dita sombrinha na recepção do hotel.

Ainda assim, é difícil deixar alguns hábitos arraigados e seguimos o passeio desconfiados. Usando sempre aquilo que aprendemos aqui: levar o mínimo necessário, guardar pertences mais valiosos no cofre (abrir o nosso cofre seria uma piada) e nunca tirar a atenção da bolsa.

Isso devia ofender aos Pernambucanos, mas eles entendem que viemos de "outro mundo". Como eu gostaria que nosso desenvolvimento não causasse esse terrível efeito colateral, que houvesse mais distribuição de renda, para que pudéssemos ter um pouco de sossego em nossa casa e em nossa terra.