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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Há seis meses

Há seis meses eu nasci outra vez, tudo na minha vida e nas minhas convicções foi remexido e revirado. De uma quase "não mãe" (pensei várias vezes em não ter filhos) tornei-me mãe. Desde o momento em que vi o resultado positivo já amava essa menina, mas o giro mesmo aconteceu no momento em que meu olhar cruzou com o daquele pequeno serzinho que estava desprotegido, sozinho e recém-chegado, em cima da minha barriga, tudo mudou, eu mudei. Ali estava minha filha, a única coisa que tinha obrigação de cuidar e proteger. Entendi minha mãe de uma vez só, minha empatia com o mundo foi às alturas e hoje sou bem melhor e mais sensível. Tanto amor nasceu em mim que acho que me nasceu um coração novo, no antigo, com certeza, não cabia tanto sentimento.

Achei que a metamorfose estava completa, mas era só o começo, cada dia com ela é novo, cada dia faz com que me reinvente, que aprenda coisas novas.

Há seis meses o ar que respiro é mais perfumado, minha casa é mais ruidosa, há seis meses eu danço e canto todos os dias e alguém se regojiza com minha voz. Há alguns meses uma risada banguela me enche de alegria, um abraço saudoso me faz transbordar de felicidade. Esses meses foram os mais emocionantes, intensos, marcantes e memoráveis da minha vida, cada conquista, cada movimento novo, riso, palavra, ilumina o dia. Ela é muito linda, inteligente, esperta e carinhosa e a cada demonstração de carinho o afeto cresce absurdamente. Inúmeras vezes me disseram que ter filhos é se renovar, é renascer, hoje tenho certeza disso, que vale cada noite sem dormir, cada minuto de dedicação, cada esforço para carregar a pequena cada vez mais pesadinha. Nem sei como terminar essa postagem, pois não sei como essa aventura termina.