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quinta-feira, 29 de abril de 2010

A propósito da música da rádio

Hoje estava ouvindo rádio e ouvi uma música que dizia: "Se não podemos rir de nós dois, só nos resta chorar." E achei isso muito mais interessante do que quase tudo que tenho ouvido ultimamente. Tá certo que não tenho ouvido coisas interessantes ultimamente (e isso tem me preocupado: acho que estou, outra vez, numa encruzilhada). É uma verdade. Temos de saber rir e "ser ridos". Isso nem sempre é fácil, muitas vezes pode parecer sinismo ou sarcasmo; mas pode ser só intimidade e confiança. Num relacionamento, onde nos sentimos livres, amantes e amados num mesmo alto grau; o riso é natural, comum e frequente. Para suportar isso, nossa auto-estima também deve estar legal, devemos estar confiantes em nós mesmo para sermos capazes de confiar em alguém. Acho que é aí (sim, eu acho) que está o maior problema dos relacionamentos na idade "pós-moderna", essa coisa líquida (vide Baumman), onde nadamos como moscas tentando fugir do afogamento.
A construção da nossa identidade está cada vez mais prejudicada, por isso somos cada vez mais frágeis e é isso que nos dificulta a chegada ao outro.
Sou capaz de rir de mim mesmo (às pampas), mas não sei se suportaria o riso público, mesmo achando minha auto-estima (não sei se esse hífen não caiu, paciência, escrever nessa idade líquida em que até as regras ortográficas mudam, não é fácil) quase imbatível.

Sei lá. Reflexões têm de chegar a algum lugar?

Um comentário:

Unknown disse...

Não...acho que nem sempre devem chegar a algum lugar....