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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A propósito de um recital de piano

Ontem, um evento me surpreendeu. Fui a um recital de piano que prometia ser uma mostra de pequenos alunos temerosos mostrando seus primeiros movimentos ao piano. A primeira apresentação já mostrou que não seria exatamente o que imaginei. Uma senhora de aproximadamente 35 anos, entre meninas de plumas cor-de-rosa, mostrou com sua coragem que o velho clichê que nunca aprendemos deve ser posto em prática mais vezes: nunca é tarde para aprender.
A seguir, um garotinho de 5 ou 6 anos usando apenas seus minúsculos indicadores foi capaz de reproduzir aquelas canções infinitamente repetidas em nossa infância, mas que nunca fomos capazes de produzir em instrumento algum. As menininhas de cor-de-rosa mostraram que têm talento e estão se esforçando no aprendizado, apesar dos equívocos causados mais pelo nervosismo do que falta de prática.
Por fim, um menino, que prometia já ao olharmos o programa: uma de suas canções era de sua autoria. Evidentemente imaginei que seriam alguns simples acordes consecutivos algo esperado para uma criança de 16 anos. Errei: enquanto todos se apresentaram silenciosamente ele começou a cantar “Let it be” dos Beatles- essa música sempre me emociona- é fantástica. Mas sua composição foi ainda mais impressionante, “Música da vida” é uma melodia encantadora, por alguns momentos relembrei minha vida, pensei nos momentos passados e sofridos dos últimos dias, foi catártico: sai mais leve. Minha timidez me impediu de cumprimentar o jovem, afinal o que ele pensaria: essa senhora quer o que me dizendo isso, não entende nada de música e não sabe fazer um acorde qualquer: seria um elogio pequeno demais para sua grandeza.

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