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sábado, 28 de março de 2009

As baquetas da fome

Quando deito minha cabeça no travesseiro, ouço, além das buzinas, sirenes e freadas, o bater frenético das varetas que o rapaz exibe na sinaleira. Ele as bate as joga para cima e, geralmente, elas caem no chão encerrando a pequena apresentação de falta de destreza e iniciado a rodada de esmolas. O ruído chega a minha janela e segue madrugada a dentro. O rapaz passa noite a garimpar algum trocado para alimentar sua magreza quase cadavérica ou seu vício incondenável (afinal quem resistiria passar as noite de frio sem camisa a bater varetas na sinaleira sem nada para amenizar o sofrimento). E eu entro em devaneio: como isso vai acabar?

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